Uma Solução Antiga para um Problema Atual.
A discussão sobre o campismo selvagem nas serras da Madeira é um tema recorrente, e o debate muitas vezes parece estagnar na falta de soluções por parte do Governo Regional. Contudo, existe uma "ideia" que, de tão óbvia, já foi testada e comprovada no passado: a organização de espaços devidamente assinalados e equipados para campismo.
O tesouro escondido: as casas da Guarda Florestal.
Na Região Autónoma da Madeira, existem 25 casas da Guarda Florestal e um parque de campismo na Ribeira da Janela, com capacidade estimada para 80 tendas. A proposta é simples: criar pequenos espaços adjacentes a cada casa florestal, capazes de acolher cinco tendas, um número mais do que suficiente para controlar a pegada humana. Adicionalmente, a casa da Fonte do Bispo e a do Pico das Pedras, que já possuem infraestruturas, poderiam facilmente receber 20 tendas cada.
Esta capacidade, quando somada, equivale à ocupação de um hotel de grandes dimensões, como o Casino Park. Será que ainda é considerado insuficiente? A resposta é um categórico "sim senhor, é suficiente".
Património com propósito: revitalizar as casas da Guarda Florestal.
As casas da Guarda Florestal, além da sua utilidade prática, deveriam ser encaradas como património histórico. Foram desenhadas por um arquiteto de renome, que as "plantou" por todo o país e que também concebeu uma conhecida estância de férias em Sintra nos anos 50. Muitas destas casas encontram-se atualmente abandonadas. A sua reabilitação e utilização para fins de campismo permitiria não só a sua conservação, mas também a sua pintura e arranjo decente, conferindo-lhes uma nova vida.
O modelo do passado: simplicidade e eficácia.
A experiência do passado demonstra a viabilidade deste modelo. Com um custo acessível de 8 a 10 euros, os campistas teriam acesso a casa de banho, água e churrasqueira, tudo sob a supervisão da polícia florestal ou dos guardas da natureza, que estão prestes a receber reforços.
No passado, bastava uma licença gratuita para acampar. Ao chegar ao posto indicado, o "Mestre" da Guarda Florestal orientava sobre o local ideal para montar a tenda. A recordação de guardas florestais a sair no meio da noite, com as suas "petromaxes", para auxiliar pastores em dificuldades, ilustra a proximidade e o controlo que existia.
Sem necessidade de estudos complexos: a solução já existe.
Não é necessário encomendar um estudo à Universidade da Madeira. A solução já foi amplamente estudada há muitos anos, e pode ser validada pela experiência de quem viveu essa realidade. A vaidade, a inoperância e a falta de soluções parecem ser, infelizmente, a forma de governar, ou talvez, de tentar sobreviver politicamente.
A Madeira tem os recursos e o conhecimento para oferecer um campismo organizado e seguro, que respeite a natureza e proporcione experiências memoráveis a locais e estrangeiros. Basta olhar para o passado e aplicar as lições aprendidas.
Considera que a experiência do passado pode de facto oferecer soluções eficazes para os desafios atuais da Madeira?
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